7 SINTOMAS QUE SEU CORPO DÁ ANTES DE UM INFARTO DO CORAÇÃO
Nesse post você vai saber reconhecer os primeiros sinais e sintomas de um ataque cardíaco.
O infarto é a maior causa de morte no Brasil e no mundo e sabemos que as doenças cardiovasculares matam cerca de 400 mil brasileiros por ano, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia. E quanto mais cedo você pensar em infarto, mais rápido você chega ao hospital, melhor o tratamento e menores as sequelas para o seu coração e mais chance você terá de sobreviver a ele.
Por isso, preste atenção! Além dos sintomas iniciais do infarto, vou falar sobre os tipos de infarto, sobre as causas de um infarto e porque houve um aumento preocupante no número de casos de ataques cardíacos em jovens com menos de 40 anos recentemente. Então fique atento! Dados da SBC mostram que menos de 5% da população brasileira sabe reconhecer os sintomas iniciais de um infarto! E várias vidas são perdidas por causa disso!
O que é um ataque cardíaco ou um infarto agudo do miocárdio, o IAM?
Um ataque cardíaco é uma experiência assustadora. Se você sofreu um ataque cardíaco, ou esteve próximo de alguém que teve, você deve saber bem disso.
Como eu falei, o infarto é a principal causa de morte no Brasil, e é uma emergência médica.
O coração é um músculo que bombeia sangue rico em oxigênio e nutrientes para o resto do corpo através da aorta.
Por cima do coração existem várias artérias pequenas conhecidas como artérias coronárias e são elas que suprem o músculo cardíaco de oxigênio e nutrientes.
No infarto, ou na síndrome coronária aguda, há um bloqueio no fluxo sanguíneo em uma das artérias coronárias. A aterosclerose é a causa principal do infarto e resulta na deposição contínua de colesterol nesses vasos ao longo dos anos. Por causa de um estresse, um susto, um exercício vigoroso, ou falta de sono— nos Estados Unidos, onde está bem documentado, que na mudança do horário de verão, onde se perde 1 hora de sono, há um pico de 24% nos casos de infarto, ano após ano, e, quando volta para o horário normal, há uma queda de 21% nos infartos— a placa de gordura que se rompe. Quando a placa de gordura se rompe, as plaquetas vão perceber e vão tentar estancar isso, resultando na formação de um coágulo sanguíneo, que daí sim, causando um bloqueio parcial ou total da artéria coronária envolvida.
Outras causas, menos comuns são vasoespasmo— que e é desencadeado por drogas como cocaína, fumo, estresse ou frio e resultam em um espasmo súbito da artéria coronária
e a outra causa é a dissecção da artéria coronária em que a parede interna da artéria coronária se rompe, resultando em um bloqueio do fluxo sanguíneo.
A obstrução de qualquer uma das artérias coronárias causa isquemia do músculo— falta de oxigênio e nutrientes na parte do músculo cardíaco irrigada por aquela artéria, que vai causar a morte do músculo cardíaco, o infarto agudo do miocárdio.
Então, durante um ataque cardíaco, o tecido do músculo cardíaco vai morrendo devido à não chegar fluxo sanguíneo para aquela artéria do coração. Por isso que falamos que tempo é músculo! Quanto mais rápido você chegar ao pronto-socorro e for tratado, menor a lesão ao seu coração. E o contrário também, quanto mais tempo você demora para procurar ajuda, tentando esperar que os sintomas passem, maior o dano ao seu músculo cardíaco.
Quais os sintomas de um ataque cardíaco?
Muitas vezes as pessoas não percebem que estão tendo um ataque cardíaco, seja porque não reconhecem os primeiros sinais ou porque não os consideram graves o suficiente para ligar. Por isso é importante você prestar atenção ao seu corpo!
Alguns ataques cardíacos são repentinos e intensos. Mas a maioria começa devagar, com dor ou desconforto leve.
1º sintoma de um Infarto- Desconforto no peito.
A maioria dos ataques cardíacos envolve uma dor ou desconforto no centro do peito que dura mais do que alguns minutos (normalmente 5 ou mais minutos) não são pontadas ou agulhadas que duram alguns segundos, é uma dor mais longa, que pode ir embora e depois voltar. Pode parecer uma pressão desconfortável, um peso, um aperto, plenitude ou mesmo queimação no peito.
2º sintoma de um Infarto- Desconforto em outras áreas da parte superior do corpo
como dor ou desconforto em um ou ambos os braços, dormência nas mãos, dor nas costas, pescoço, mandíbula ou no estômago.
3º sintoma de um Infarto- Falta de ar.
E essa falta de ar pode ocorrer com ou sem desconforto no peito. Porque se o seu coração não consegue bombear bem o sangue (como é o caso de um ataque cardíaco), você pode sentir falta de ar ou dificuldade para respirar
4º sintoma de um Infarto- suor frio e palidez
É um suor diferente daquele de quando está se exercitando. É frio, gosmento e normalmente a pessoa está pálida. Então você começa a suar de repente, e a pele fria e úmida.
5º sintoma de um Infarto- náuseas e vômitos
você pode se sentir nauseado ou com um mal estar
gástrico, isso devido a reação do nervo vago.
6º sintoma de um Infarto: tontura
Tonturas podem ocorrer com um ataque cardíaco e geralmente são sintomas que as mulheres descrevem. Algumas mulheres relatam que sentem que podem desmaiar se tentarem se levantar ou se esforçarem um pouco mais.
7º sintoma de um Infarto: Ansiedade
Você pode sentir uma sensação de desgraça ou sentir como se estivesse tendo um ataque de pânico sem motivo aparente.
Se você tiver alguns desses sintomas, não espere passar. Ligue para o Samu, chame algum familiar ou amigo, ligue para o taxi, peça um Uber e vá para um pronto-socorro.
Na cardiologia existe o conceito da hora de ouro, onde a sobrevivência de uma pessoa dependerá da ação que ela e o médico tomarem durante a primeira hora do evento,
porque a maioria das mortes por paradas cardíacas acontecem durante esse período.
Há diferença nos sintomas entre homens e mulheres?
A dor no peito (angina) é o sintoma principal de ataque cardíaco tanto nas mulheres quanto nos homens. Mas as mulheres descrevem a dor é mais como aperto, ou opressão no peito, enquanto os homens tendem a descrevê-la como um “peso”.
Além disso as mulheres são um pouco mais propensas do que os homens a experimentar falta de ar, náusea e vômitos e dor nas costas ou na mandíbula. E um dos sintomas comuns em mulher é fadiga— tanto que algumas mulheres podem até pensar que seus sintomas de ataque cardíaco são sintomas de gripe ou covid.
E importante saber sobre Infarto:
Nem todas as pessoas que têm ataques cardíacos têm os mesmos sintomas. Algumas pessoas têm dor leve; outras têm dor mais intensa. E em outros casos, como nos diabéticos, podem não ter dor no peito.
E também temos os casos cujo primeiro sinal de infarto pode ser uma parada cardíaca. Mas, quanto mais sinais e sintomas você tiver, maior a chance de você estar tendo um ataque cardíaco.
Alguns ataques cardíacos ocorrem de repente, mas muitas pessoas apresentam sinais e sintomas de alerta com horas, dias ou semanas antes do evento. O primeiro aviso pode ser dor ou pressão recorrente no peito (angina) que é desencadeada por um esforço e aliviada quando a pessoa fica em repouso. Se você conseguir perceber esses sintomas e valorizar antes de você ter um infarto, melhor ainda.
Quais são os tipos de infarto?
Temos 2 tipos de infarto
Um infarto com supra de ST:
onde o coágulo é bloqueia o fluxo sanguíneo totalmente para aquela artéria, então o médico consegue enxergar através do ECG que você está infartando, e por ser um infarto mais grave, ele vai ter que agir rapidamente.
Ou, no segundo caso, um infarto sem supra de ST:
onde há um bloqueio parcial da artéria e para azar do médico, mostra no eletro, mas o músculo está sofrendo, e subirá as enzimas cardíacas como troponina, no exame de sangue.
Quais são os fatores de risco para ataque cardíaco?
Como eu falei, a principal causa de um infarto é a aterosclerose, então, o que causa aterosclerose, aumenta seu risco de um infarto.
Os fatores de risco de ataque cardíaco incluem:
Idade. Homens com mais de 45 anos e mulheres com mais de 55 anos são mais propensos a terem um ataque cardíaco. As mulheres têm problemas mais tarde porque o estrógeno as protegem.
Cigarro- Isso inclui tanto o tabagismo quanto o fumo passivo.
Pressão alta. Com o tempo, a pressão alta vai danificando as artérias que levam ao seu coração, desenvolvendo aterosclerose.
Colesterol LDL (que é o ruim) alto, colesterol HDL (que é o bom) baixo, triglicerídeos elevados, lipoproteína A alta, tudo isso aumenta seu risco de aterosclerose
Obesidade. A obesidade está ligada a níveis elevados de colesterol no sangue, níveis elevados de triglicérides, pressão alta e diabetes. Além disso a gordura visceral inflama o corpo, aumentando a proteína C reativa, que é um marcador de risco cardiovascular.
Diabetes. Com o tempo, o alto nível de açúcar no sangue pode danificar os vasos sanguíneos e os nervos do coração.
História familiar- isso é extremamente importante, Se seus irmãos, pais ou avós tiveram ataques cardíacos precoces (aos 55 anos para homens e aos 65 anos para mulheres), você pode estar em risco aumentado. Aumenta em 4,5 vezes suas chances de ter aterosclerose significativa também.
Sedentarismo- Ser inativo contribui para hipertensão, obesidade, diabetes e níveis elevados de colesterol no sangue. As pessoas fazem exercícios regularmente têm melhor saúde do coração.
Estresse. Estresse inflama, aumenta a pressão, aumenta o açúcar do sangue, faz você dormir mal e aumenta, sim, o risco de infarto.
Drogas- como cocaína ou mesmo anfetaminas, pode desencadear um espasmo nas artérias coronárias que pode causar um ataque cardíaco. E a longo prazo causam aterosclerose.
Por que aumentou os infartos em jovens?
Segundo o Ministério da Saúde entre 2010 e 2019 (antes da covid) houve um aumento de 59% nas internações por infarto de pessoas de até 39 nos e de quase 10% nas mortes.
Isso porque os fatores de risco— hipertensão, diabetes, colesterol alto, obesidade, estresse, fumo e sedentarismo, estão cada vez mais frequentes em jovens. Então é culpa do estilo de vida, perigoso, adotado por eles.
E há um problema, também, porque nessa população os sintomas de angina, aquela dor no peito ao caminhar, podem não preceder o infarto.
Quais são os tratamentos para um infarto?
O tratamento de um infarto do miocárdio geralmente envolve a oxigenoterapia para aumentar a quantidade de oxigênio que vai chagar ao músculo cardíaco, aspirina ou outra terapia antiplaquetária, Nitroglicerina e morfina para relaxar as artérias coronárias e aliviar a dor, betabloqueadores para reduzir a frequência cardíaca e reduzir o consumo de oxigênio no coração.
E o médico pode optar por: terapia trombolítica que serve para dissolver coágulos sanguíneos existentes ou, melhor ainda, se ele estiver em um hospital preparado, a angioplastia coronariana.
Para a angioplastia, um tubo fino e longo (o cateter) será introduzido por uma artéria e chegará aquela coronária que está entupida.
O cateter tem um pequeno balão em sua ponta. Assim que o cateter chegar no lugar certo, o médico vai insuflar o balão, espremendo aquela placa de gordura, contra as laterais da artéria, abrindo mais espaço para o fluxo sanguíneo que vai voltar a irrigar aquela área.
Os stents são como uma molhinha de metal que vão se expandir e cobrir aquela placa. São como túneis, que não deixarão que aquela placa de gordura estreite ou feche novamente aquela artéria.
Como você pode diminuir o risco de ter um infarto?
Você deve reduzir os fatores de risco:
Metade dos infartos pode ser prevenida apenas com alterações de alguns hábitos. Por exemplo, parar de fuma reduz em 30% o risco de um infarto.
Mantenha a pressão sob controle— 120x80
Se você tem diabetes é importante que o açúcar no sangue esteja bem controlado para evitar todas as consequências maléficas do diabetes
Coma direito Uma dieta saudável, com pouco açúcar, refrigerantes e sal, muitas frutas e verduras, pouca carne vermelha e frituras, reduz seu risco cardiovascular.
Reduza o colesterol e triglicerídeos.
Faça exercício físico- saia da cadeira e se mexa!
Tente perder peso se você está com sobrepeso ou obeso.
Durma bem- 7 a nove horas por noite
E faça amizades— sabemos que a solidão e o isolamento social aumenta em quase 30% o seu risco de infarto.
Além disso, faça um check up cardiológico regularmente
Aqueles cujos pais manifestaram doença cardíaca precoce devem começar antes dos outros, por volta dos 20 anos.
E os exames cardiológicos estão cada vez mais confiáveis.
Antes a gente tinha apenas testes não invasivos que faziam a gente deduzir que o paciente não tinha obstrução- por exemplo um teste ergométrico. Às vezes a pessoa fazia um teste ergométrico, corria bastante na esteira, não alterava eletro, não tinha dor no peito, o cardiologista parabenizava-o e alguns dias depois ele tinha um infarto.
Hoje temos exames mais completos, como a angiotomografia de coronárias- que mostra como estão as artérias por dentro, se tem alguma placa? Sem precisar de um cateterismo cardíaco, que é um exame muito bom, mas invasivo.
Claro, a angiotomografia não é para todo mundo. É um exame que tem radiação, tem que usar contraste (que pode dar reação, problema renal), é um exame relativamente caro. Mas é importante saber que temos essas cartas nas mangas, e de vez em quando precisamos utilizá-las.
E por último, eu quero deixar um alerta para aqueles que tem algo risco de infarto ou já teve um ataque cardíaco
Tenha um plano de ação de emergência caso de você ou alguém de sua família tenha um alto risco de sofrer um ataque cardíaco.
Anote a lista de medicamentos que está tomando, e
qual remédio é alérgico?
Quem é seu médico?
Como é seu eletrocardiograma basal (tire uma foto e guarde no seu celular).
Qual hospital é o mais perto da sua casa? Tem cardiologista? Tem hemodinâmica de emergência? Tudo isso pode ajudá-lo para que o atendimento médico seja o melhor e mais rápido possível.
Meu nome é André Wambier, cardiologista e esse é o Cardiodf.com.br
Muito obrigado!