ROSUVASTATINA Causa DIABETES? Ataca o FÍGADO? Cardiologista ALERTA sobre remédios de colesterol!
Muitas pessoas não querem tomar os remédios prescritos pelo seu médico, por causa dos efeitos colaterais.
E um dos remédios mais prescritos, e temidos, são as estatinas
Talvez você, assim como muitas outras pessoas, esteja preocupado com os riscos desses medicamentos e até pense em evitá-los.
Será que seus riscos são realmente maiores que os benefícios?
Hoje, vou te mostrar a verdade. Como cardiologista, lido com essas dúvidas todos os dias.
Neste post, você vai entender o que acontece no corpo ao usar esses medicamentos e como tomar a decisão certa.
Não se trata apenas de números ou de colesterol, mas da sua saúde a longo prazo.
Então, fique comigo, porque esse vídeo vai transformar sua visão sobre essas medicações.
Será que vale a pena arriscar sua saúde cardíaca por medo de efeitos colaterais?
A resposta pode te surpreender. Mas antes dos detalhes, é essencial entender por que as estatinas são tão prescritas.
Vamos falar de colesterol:
Muitas vezes, ele é dito como o vilão da história, mas a verdade é que o colesterol é essencial para o seu corpo para formar membranas celulares, hormônios.
O problema não é o colesterol em si, é o excesso!
O colesterol, que circula no sangue, vem de duas fontes principais: primeiro, ele é produzido pelo nosso fígado 70- 80%, e segundo, é vem dos alimentos que comemos.
E aqui vai algo importante: não é o colesterol dos alimentos, como o do ovo, que você deve temer.
O verdadeiro problema são as gorduras saturadas e as gorduras trans que encontramos em muitos alimentos processados e frituras.
O LDL é conhecido como o 'colesterol ruim' por um motivo.
Ele se acumula nas artérias inflamadas, formando placas que podem ser silenciosas, mas fatais com o tempo.
Se essas placas se romperem, pode desencadear um infarto ou AVC, mudando sua vida em um segundo.
As estatinas como rusuvastatina, atorvastatin, sinvastatina e pitavastatina atuam reduzindo a produção de colesterol no fígado.
Seu fígado vai produzir menos colesterol, e os níveis do colesterol do sangue logo começam a cair.
Você pode pensar: eu como bem, por que eu precisaria dessas medicações?
Para algumas pessoas, mesmo com uma dieta equilibrada, a produção de colesterol é tão alta que o risco de doenças cardíacas é elevado.
Então, para essas pessoas, as estatinas são essenciais para reduzir esse risco.
Mas quais os riscos de tomar o remédio? As estatinas têm efeitos colaterais?
Sim, elas têm!
Mas será que eles são piores do que o risco de não tratar o colesterol alto?
Vamos ver.
Primeiro, é importante entender que nem todo mundo que toma estatinas vai ter efeitos colaterais. A maioria não sente nada.
Mas quais são os efeitos colaterais principais das estatinas?
1º Efeito Colateral: Dores Musculares e articulares
As dores musculares, especialmente nas panturrilhas e nos braços e são um dos efeitos colaterais mais frequentes das estatinas, afetando entre 1 a 10% dos pacientes.
Essas dores podem também aparecer nos quadris, ombros, pescoço ou costas podendo até causar fraqueza e dificuldade tarefas simples do dia a dia, como caminhar ou subir escadas, o que pode ser muito frustrante.
Se você notar esse tipo de dor ou cansaço é muito importante que avise seu médico, porque existem várias formas de ajudar.
Ele poderia diminuir a dose do medicamento, trocar a estatina por outra ou até combinar outro medicamento.
O objetivo é sempre garantir que o tratamento não prejudique sua qualidade de vida.
O ideal que que você não sinta nada com o tratamento! As placas não são silenciosas? Então, o remédio também tem que ser...
Você já sentiu dores musculares ao tomar estatinas? Comente embaixo!
2º Efeito Colateral: Dor de cabeça
Dor de cabeça é um dos efeitos colaterais mais comuns, afeta entre 1 a 5% das pessoas. Embora seja incômodo, é um efeito geralmente temporário e, em muitos casos, ajustamos a dose ou trocamos o medicamento, e o problema é resolvido.
3º EFEITO COLATERAL-PRISÃO DE VENTRE
1-2% Das pessoas, sendo algo incomum e manejável com ajustes na dieta ou fazendo mais exercercícios.
4º Efeito Colateral: Rabdomiólise
Muito sério, mas extremamente raro!
Essa é uma condição que pode causar danos graves aos músculos e até lesar seus fins. No entanto, é importante ressaltar que esse efeito afeta menos de 0,1% dos pacientes. Eu nunca vi! Não por estatina.
4º Efeito Colateral: Problemas Neurológicos
Existe um mito circulando de que elas podem causar danos permanentes aos nervos. Mas, vamos com calma!
Estudos científicos comprovam que esses problemas são extremamente raros. O que pode acontecer, em alguns casos, é que pessoas com condições neurológicas pré-existentes podem perceber uma piora nos sintomas. Mas, para a grande maioria das pessoas saudáveis, as estatinas não são o vilão da história. Pode piorar um pouco a memória.
Então causa demência? Tenho pacientes que chegam no consultório dizendo: "Doutor, vi no TikTok que vou acabar com Alzheimer se continuar com essas estatinas!"
E aí, eu tenho que me segurar e explicar que o tiktoker não fez a lição de casa ou está querendo ganhar fama espalhando mentira.
Na verdade, estudos recentes mostram exatamente o contrário!
E uma metanálise da Sociedade Europeia de Cardiologia, feita em 2022, mostrou claramente que as estatinas não aumentam o risco de Alzheimer ou demência. Na verdade, é o contrário — elas ajudam a reduzir esse risco, especialmente em quem tem colesterol alto.
E um estudo publicado no Lancet em 2024, acompanhou uma grande população e revelou que o uso de estatinas, além de reduzir o colesterol, também pode proteger o cérebro!
Os resultados mostraram que pessoas que tomam estatinas têm 20% menos risco de desenvolver demência em geral. Especificamente, o risco de Alzheimer foi reduzido em 28%, de demência vascular em 18%. Tá vendo. Vou deixar o link aí embaixo. Pode conferir!
Agora, quero ver o tiktoker encontrar um estudo mais recente ou mais contundente que esses, né?
5º Efeito Colateral: Diabetes
Doutor, as estatinas podem causar diabetes?
A resposta é: sim, podem aumentar a chance. Mas antes que você entre em pânico, deixa eu te explicar. Isso depende da dose e do tipo de estatina que você toma.
E, principalmente, depende se você já tem uma tendência para o diabetes. Se sim, a estatina pode dar aquele “empurrãozinho” e levar seus níveis de glicose a subirem.
Deixa eu contar a história de um paciente meu. Ele tinha 65 anos, estava acima do peso, era sedentário, com colesterol alto e uma dieta bem ruim.
Ele chegou no consultório preocupado: “Não quero tomar estatinas, porque vou ficar diabético!" Aí, eu expliquei para ele o que vou explicar para você agora.
Se a pessoa já está pré-diabética por causa de um estilo de vida que não ajuda — a estatina pode, sim, aumentar ligeiramente o risco de desenvolver diabetes.
Mas aqui está o mais importante: se essa pessoa resolve mudar de vida, começa a perder peso, se alimenta melhor, pratica atividades físicas e melhora o sono, o risco de diabetes cai drasticamente.
Ou seja, se você usa estatina, está nas suas mãos, com essas mudanças de hábitos, evitar que seus níveis de glicose piorem.
E tem mais: o colesterol de quem é diabético é diferente, é pequeno e denso, o que facilita muito o acúmulo nas artérias.
Por isso, a estatina é muito interessante para quem tem diabetes.
Agora, sim, algumas estatinas podem mexer com a glicose— a pitavastatina é a que menos interfere nisso.
E olha, tenho vários pacientes que, mesmo estando pré-diabético, conseguiram melhorar isso, mesmo com estatina. E você pode fazer o mesmo.
E os danos ao fígado?
Vários pacientes me perguntam: "Doutor, se as estatinas podem causar problemas no fígado, por que eu deveria continuar tomando?"
A verdade que, raros casos, pode haver um leve aumento das enzimas hepáticas.
Isso pode sugerir algum estresse no fígado, mas, na maioria das vezes, esse aumento é pequeno e temporário.
Depois de algumas semanas ou meses, as enzimas geralmente voltam ao normal.
E mais importante: isso é algo que monitoramos de perto. Se notarmos que algo não está certo, ajustamos o tratamento para garantir a sua segurança.
Então, fique tranquilo. Se a TGO ou TGP subiram um pouco, seu médico vai saber o que fazer...
Agora você pode estar se perguntando: "Se existem esses riscos, por que continuar com as estatinas?"
A resposta é simples: os benefícios superam os riscos.
Para cada mil pacientes que tomam estatinas, menos de um pode desenvolver um problema grave, como a rabdomiólise.
Mas, ao mesmo tempo, para cada mil pacientes, entre uma a duas pessoas são salvas todos os dias de um infarto, AVC ou outra complicação grave.
Se seu colesterol está muito alto, ou você tem placas nas carótidas, na aorta ou nas coronárias, sem uma intervenção, suas artérias vão ser comprometidas com o tempo.
Se já estiverem obstruídas o colesterol alto vai piorar essa obstrução.
Sem contar que estatina desinflama as artérias, um efeito pleiotrópico, reduzindo muito o risco de problemas graves, como infarto e AVC.
Mesmo que você faça mudanças no estilo de vida – que eu sugiro que você faça! melhore sua alimentação coma mais aveia, chia, linhaça, frutas e verduras, faça exercícios, durma melhor –
essas mudanças, sozinhas, costumam reduzir apenas de 15% a 20% do colesterol.
Claro, isso é ótimo! Mas para atingir reduções mais significativas, precisamos da ajuda da medicação.
A combinação de estatinas com essas mudanças no estilo de vida é a chave para proteger seu coração e suas artérias de verdade.
Portanto, o uso de estatinas não é apenas sobre o risco de efeitos colaterais, mas sobre o enorme benefício que elas podem trazer para reduzir o risco de doenças cardiovasculares.
E, com o acompanhamento certo, conseguimos fazer isso de forma segura.
Para pacientes jovens e de baixo risco, com colesterol intermediário, a solução inicial não é a medicação.
E claro, não adianta tomar remédio e continuar com hábitos ruins. O tratamento só é eficaz quando os dois lados são equilibrados.
Espero que esta conversa tenha esclarecido as suas dúvidas sobre os efeitos colaterais das estatinas e ajudado você a tomar decisões mais equilibradas sobre sua saúde.
Lembre-se: pequenas mudanças hoje podem garantir uma vida longa e saudável no futuro.a.
Meu nome é André Wambier, cardiologista, e esse é o cardiodf.com.br
Muito obrigado.