O carboidrato mais MORTAL (e o que mais ENGORDA)... não é o açúcar!
Introdução: O carboidrato mais mortal (e o que mais engorda)… não é o açúcar
Olá! Hoje vou falar sobre um carboidrato pior que o açúcar de mesa que você tem em casa. É mais perigoso, viciante, causa gordura na barriga e inflamação, sendo, talvez, o principal fator para a explosão de obesidade, diabetes e doenças crônicas, incluindo cardíacas e câncer. Ou seja, é a raiz de vários problemas do mundo moderno.
Se já se perguntou por que, apesar de comer menos e se exercitar mais, muitos ainda lutam contra a balança, a resposta pode estar escondida neste post!
Será que consegue adivinhar qual carboidrato estou falando?
E deixa eu contar um segredo: você provavelmente está consumindo-o há muito tempo, sem saber o quão nocivo é para sua saúde, pois está escondido em muitos produtos que compra no supermercado.
A indústria alimentícia jura que é seguro, mas mostrarei que o excesso que estamos consumindo só beneficia a própria indústria, pois nos faz comer mais enquanto detona a saúde de todos.
Que carboidrato é esse? A frutose... Mas calma, não estou dizendo para parar de comer frutas. Neste vídeo, explicarei como a frutose é pior que outros tipos de açúcar, seus efeitos a longo prazo e sinais de que você pode estar consumindo demais.
Mergulharemos na armadilha da frutose e desvendaremos como esse açúcar aparentemente inofensivo está alimentando uma epidemia de obesidade e doenças crônicas, como câncer.
Considero este post o mais importante do ano, então fique até o fim, porque garanto que aprenderá muito.
Por que a Frutose é o Carboidrato mais Perigoso?
Você deve ter ficado surpreso quando falei que a frutose é tão prejudicial à saúde e à saúde global. Em outubro de 2023, uma revisão na revista "Obesity" indicava que a frutose seria a cola unificando diversas hipóteses de obesidade, e explicarei por que concordo.
Primeiro, o que é frutose?
Pensa-se nela como o açúcar de frutas e mel, mas não vem só dessas fontes. O açúcar de mesa, a sacarose, é uma combinação de glicose e frutose. Nos alimentos ultraprocessados, vem do milho como xarope de milho rico em frutose, um grande vilão silencioso e causador de obesidade.
Mas frutas contêm frutose, são prejudiciais? Não! As frutas, apesar de terem frutose, têm fibras que retardam sua absorção, evitando picos de glicose e insulina, além de conterem nutrientes que reduzem o risco de doenças crônicas. Bem diferente do xarope de milho rico em frutose.
Você pode pensar que não consome frutose em excesso se não gosta de doces, mas mostrarei que provavelmente está, mesmo preferindo salgados.
Onde a indústria adiciona frutose?
A indústria alimentícia adiciona frutose a quase tudo que é industrializado: comidas congeladas, pães, tortas, molhos de salada, ketchup, sorvetes, iogurtes, cereais, bolachas, salgadinhos e, principalmente, refrigerantes e bebidas energéticas. É muita coisa.
Pergunta-se por que a frutose é adicionada a tantos alimentos? Por ser mais doce que a glicose, mais barata, aumentar o tempo de prateleira, dar textura macia e cor dourada aos pães e, principalmente, porque nos faz querer comer mais, tornando-se tão viciante quanto drogas ilícitas.
Quando a indústria passou a trocar a sacarose por frutose?
A troca de açúcar por xarope de milho começou na década de 70, especialmente quando o governo americano subsidiou a produção de milho. Em 1984, Coca-Cola e Pepsi mudaram da sacarose para o xarope de milho, tornando-o o adoçante padrão da indústria.
E com a frutose veio a obesidade! As taxas aumentaram dramaticamente nos EUA entre 1970 e 2000, com o consumo de xarope aumentando 1000%. Hoje, cerca de 42% dos adultos nos EUA são obesos, e a diabetes também disparou.
Mas as pessoas estão vivendo mais, certo? Errado. Nos EUA, há uma crise de expectativa de vida, com as pessoas vivendo menos e mais doentes, culpa da indústria alimentícia com seus ultraprocessados, junk foods e xarope de milho.
Por que a Frutose é Maléfica?
A frutose engana nosso corpo, ligando genes poupadores que aumentam o risco de obesidade e diabetes. Diferente da glicose, que fornece combustível imediato, a frutose é para armazenamento. Nosso corpo pode produzir frutose quando temos glicose em excesso, comemos carboidratos de alta carga glicêmica, alimentos muito salgados ou ingerimos álcool em excesso.
A frutose reduz a energia das células, evita que queimemos gordura e nos deixa resistentes à leptina, o hormônio da saciedade, levando-nos a queimar menos e comer mais. Quando animais são colocados em dieta rica em xarope de milho rico em frutose, rapidamente desenvolvem síndrome metabólica: ganho de peso, gordura na barriga, resistência à insulina, triglicerídeos elevados, baixo HDL, pressão arterial alta e fígado gorduroso.
Essa situação engloba mais de 80% dos pacientes em consultório. A frutose também age no cérebro, estimulando a impulsividade e aumentando a atividade locomotora, além de modificar o intestino, aumentando o comprimento das microvilosidades, facilitando a absorção de alimentos.
Não é coincidência que a obesidade e diabetes tenham picos quando o xarope de milho se tornou o adoçante padrão. E, ao ser colocado em bebidas, a velocidade com que o fígado é exposto à frutose aumenta muito.
Seria a frutose a causa do aumento exponencial de obesidade, diabetes, problemas cardíacos e câncer?
Acredito que sim. As mudanças desencadeadas pela frutose não só nos fazem ganhar peso mais rápido mas também criam um ambiente propício para doenças crônicas, como aterosclerose e diabetes.
A frutose também pode estar sabotando seu cérebro, afetando a memória, a aprendizagem e aumentando o risco de demência e Alzheimer. E o câncer? A inflamação crônica do corpo pode ser um gatilho para a formação de câncer, já que danifica o DNA, levando a mutações genéticas. Estudos relacionam o consumo excessivo de açúcares adicionados ao câncer.
Sinais de que você pode estar consumindo frutose demais incluem ganho de peso inexplicado, sensação de fome constante, fadiga, problemas digestivos, aumento dos triglicerídeos, pré-diabetes ou diabetes, colesterol HDL baixo, aumento da gordura visceral, mudanças de humor, desejos por doces, problemas de pele e pressão alta.
Como melhorar isso e fugir do excesso de frutose?
O primeiro passo é a conscientização. Ao entender o impacto de nossas escolhas alimentares, podemos começar a fazer mudanças positivas. Isso não significa nunca mais desfrutar de sua bolacha favorita, mas sim buscar equilíbrio e escolhas mais saudáveis.
Compartilhe o vídeo com seus grupos de WhatsApp. Um conselho valioso de Michael Pollan é: "Eat food. Not too much. Mostly plants." Com esse conselho, você vai longe. Leia os rótulos e preste atenção nos alertas de alto teor de açúcar adicionado, gordura saturada ou sódio.
E tente abrir os olhos das outras pessoas. Estamos todos no mesmo barco, lutando contra as táticas da indústria alimentícia. Fazendo vídeos há anos, li feedbacks incríveis sobre perda de peso e melhora da saúde com pequenas mudanças nos hábitos e estilo de vida.
Espero que também possa contar sua experiência aqui e que este vídeo seja um divisor de águas para você, conscientizando-o na hora de colocar comida no carrinho e na boca.
Meu nome é André Wambier, cardiologista, e este é o cardiodf.com.br.
Muito obrigado!