CORAÇÃO ACELERADO - O QUE PODE SER? QUAIS AS CAUSAS? E O TRATAMENTO?

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CORAÇÃO ACELERADO - PODE SER ARRITMIA?

(assista ao vídeo abaixo)👇👇👇👇

Uma das principais queixas do consultório de um Arritmologista é a sensação de CORAÇÃO ACELERADO. Quando sentimos o coração bater, o que geralmente não acontece, chamamos isso de PALPITAÇÕES.

Será que essa sensação pode ser por ARRITMIA? Pode ser normal? É sempre preocupante?

Sem dúvida, a percepção dos batimentos cardíacos gera PREOCUPAÇÃO, apreensão e até ansiedade.


As palpitações podem ser problemas cardíacos?

As palpitações nem sempre traduzem problemas cardíacos e algumas características podem nos ajudar na diferenciação delas. Numa boa consulta médica com um cardiologista ou arritmologista, certamente você será questionado sobre as características das palpitações. Quanto mais detalhes pudermos obter sobre os sintomas, maior a chance do diagnóstico correto.



A QUE DEVO ME ATENTAR SE SENTIR MEU CORAÇÃO ACELERADO?

Caso tenha essa sensação de coração acelerado e palpitações procure OBSERVAR alguns pontos:

  • Em que momento seu coração acelera? 

  • Tem algo que você faça que gera as palpitações?

  • Quando seu coração acelera, isso acontece de modo gradual ou abrupto? E quando o coração volta ao normal - gradualmente ou de repente?

  • Quanto tempo dura essa sensação - segundos, minutos, horas?

  • Essa palpitação parece que seu coração está mais lento ou mais rápido?

  • Se acelera, você percebe seu coração no ritmo ou todo fora de ritmo?

  • Quando sente palpitações, existem outros sintomas como falta de ar, tontura, escurecimento visual, desmaio?

  • Você consegue medir quanto está a frequência do seu coração quando tem esses sintomas?



Mais pra frente vamos falar sobre como medir os batimentos e como podemos registrar esses episódios de palpitações.


QUAIS AS CAUSAS DE PALPITAÇÕES?


Agora vou comentar sobre as causas das palpitações e vou dar alguns exemplos:


Vamos começar por algo que já aconteceu com todo mundo.


Taquicardia Sinusal


Sabe aquele susto do coração sair pela boca? Nessa situação nosso coração se acelera e podemos perceber os batimentos, mas o ritmo é normal. Temos a chamada TAQUICARDIA SINUSAL. É algo completamente NORMAL e é esperado que aconteça. Durante um exercício físico vigoroso, no pico do esforço ou quando paramos abruptamente também podemos ter essa sensação.

Outros cenários muito comuns de ocorrerem palpitações, mas não estarem relacionados à arritmias são a gravidez e situações de ansiedade e crises de pânico. 


Passando para o grupo das ARRITMIAS, temos ainda várias possibilidades diagnósticas.


Extrassístoles


As EXTRASSÍSTOLES são batimentos que surgem em um local diferente do usual no coração, na maioria das vezes são batimentos isolados. Os pacientes relatam de formas muito variadas, mas na maioria das vezes como uma sensação de pancada, batida mais forte ou uma pausa, um vazio no peito. São muito comuns e muitas vezes aparecem em exames sem que o paciente sinta nada. Temos aqui no canal vídeos específicos sobre  extrassístoles. 


Taquicardias Supraventriculares 


Temos o grupo das taquicardias supraventriculares, aquelas que se originam na parte de cima do coração. Aqui temos muitos tipos de arritmias, mas vou destacar as TAQUICARDIAS PAROXÍSTICAS SUPRAVENTRICULARES, sendo elas a TAQUICARDIA POR REENTRADA NODAL e a SÍNDROME DE WOLF PARKINSON WHITE. Elas são taquicardias de início e término súbitos. A sd de wolf parkinson white pode estar raramente associada à morte súbita e é mais comum em adolescentes e adultos jovens. Já a taquicardia por reentrada nodal é, em geral benigna e mais encontrada por volta dos 40-50 anos. O tratamento de escolha nos dois casos é a ablação por cateter.


fibrilação atrial

Dentre as taquicardias supraventriculares temos uma que requer especial atenção, a FIBRILAÇÃO ATRIAL. Essa é a arritmia sustentada mais comum no mundo, tem sua chance de aparecimento aumentada com o envelhecimento e tem uma relação importante com risco de embolia e acidente vascular cerebral (AVC). Ela é tipicamente uma arritmia IRREGULAR  e muitos pacientes descrevem como coração acelerado e fora de ritmo. Quando palpamos o pulso ou auscultamos o coração de pessoas com fibrilação atrial, podemos perceber facilmente essa irregularidade. Diversos fatores são associados ao risco de fibrilação atrial e também de complicações dessa arritmia. Aqui em nosso canal temos diversos vídeos sobre o assunto. Você precisa conferir!


Taquicardias Ventriculares


Passando agora para as ARRITMIAS VENTRICULARES, ou seja, que se originam na parte de baixo do coração, entramos num cenário mais delicado. Muitas dessas arritmias podem ter relação com doenças da estrutura do coração e com risco de MORTE SÚBITA. Mais comumente essas arritmias são acompanhadas de outros sintomas como falta de ar, tontura, desmaio ou até parada cardíaca. Nesse caso é fundamental avaliar a estrutura do coração do paciente e tentar detectar a ocorrência de infarto, doença de Chagas, miocardite, doenças genéticas, dentre outras doenças que afetam o coração.


Mesmo com o músculo do coração totalmente normal, podemos ter arritmias graves e até fatais. Nesse caso, temos que pensar nas ARRITMIAS GENÉTICAS, que aparecem em pessoas com o coração estruturalmente normal, mas que por falhas nas correntes elétricas do coração há risco aumentado de morte súbita. Pensamos nesses casos em pacientes com desmaios recorrentes, com alterações específicas em exames de rotina e pessoas com história de morte súbita precoce na família.



COMO CONFIRMAR UMA ARRITMIA?


Agora que você já sabe um pouco sobre as situações que podem levar a palpitações e também os pontos que deve observar para contar ao seu médico, gostaria de comentar sobre como confirmar o diagnóstico das palpitações.


Sem dúvida, a melhor maneira de fazer o diagnóstico é através do ELETROCARDIOGRAMA de 12 derivações no momento da queixa, no momento da crise de palpitações. 

Essa documentação, no entanto, pode ser difícil de se conseguir, especialmente nas arritmias com curta duração e menos frequentes. Alguns EXAMES que usamos nessa tentativa de registrar os sintomas são o Holter de 24 horas, o Holter prolongado de até 7 dias, o looper portátil que pode ficar com o paciente entre 7 e 30 dias.

Existe para casos específicos, um dispositivo chamado looper implantável, que pode ser colocado no paciente através de uma pequena cirurgia e registra as crises por até 3 anos, na tentativa de se esclarecer o diagnóstico. E também para casos selecionados, podemos considerar o ESTUDO ELETROFISIOLÓGICO.

Não podemos esquecer da importância recente dos SMARTWHATCHES que registram a frequência cardíaca e alguns deles até o traçado de eletrocardiograma.


COMO MEDIR MEUS BATIMENTOS CARDÍACOS?


Além dos exames citados, muitos dados podem ser obtidos inicialmente com a MEDIDA DE PULSO. Tanto que muitas campanhas das sociedades médicas incluem ensinar às pessoas como tomar uma medida de pulso. Veja como é simples. 


Em seu antebraço, na altura do punho, próximo ao seu dedão, você encontrará o seu pulso. Coloque os dedos indicador e médio nessa região dessa forma e sinta seus batimentos. Para saber sua frequência cardíaca, basta contar os batimentos por 15 segundos e multiplicar por 4. Perceba ainda se os batimentos são regulares ou irregulares. Com um mínimo de treino, você deve conseguir fazer isso no momento dos seus sintomas, ou auxiliar um familiar nessa identificação no momento de crise.


Muito importante! Caso tenha palpitações, tonturas ou desmaio (síncope), procure um cardiologista ou arritmologista para avaliação.


Se quiser saber mais sobre cardiologia, arritmias e qualidade de vida, assista nossos vídeos e se inscreva em nosso canal.


Eu sou Dra Patricia Rueda

Cardiologista e Arritmologista


E esse é o CardioDF.


Até mais!