Bate papo com Arritmologistas!

Olá a todos, hoje estamos aqui para um bate-papo com os quatro arritmologistas do Cardio DF, nós quatro arritmologistas, para quem não conhece essa subespecialidade da cardiologia, nos dedicamos ao cuidado aos pacientes que têm arritmias e são portadores de marcapasso e desfibriladores e ressincronizadores. A gente vai conversar hoje sobre os principais motivos que levam os pacientes a nos procurarem no consultório. Eustáquio, me conta um pouquinho qual é o principal motivo das pessoas te procurarem?

Oi pessoal, Patrícia, sem dúvida o principal motivo das consultas que recebemos são as queixas de palpitações, né? Então as pessoas se incomodam muito com aqueles batimentos fora né do ritmo considerado normal aquele desconforto no batimento cardíaco que é muito desagradável e o interessante que na própria história clínica conversando com paciente a gente já consegue direcionar muito do diagnóstico do que o paciente tem, muitas vezes o paciente fala olha eu tenho uma palpitação tipo instantânea, uma sensação de falha. Muitas vezes a gente já imagina que ele pode ter alguma extra-sístole ou ele sente uma irregularidade no batimento, podendo indicar que ele pode ter uma fibrilação atrial, ou ele pode ter um batimento que começa uma aceleração brusca e termina bruscamente, podendo ser uma taquicardia supraventricular. Então, é interessante porque através do que o paciente relata da sua própria queixa a gente pode chegar muitas vezes no diagnóstico do que ele tem né na própria consulta. Paula, e você? O que que você tem visto muito de queixa que chega no seu consultório?

Então Eustáquio, recebo muito paciente com queixa de desmaio que na linguagem médica síncope acho que até porque o meu mestrado foi nessa área e acho que cada vez mais os pacientes estão pesquisando nossos currículos antes de procurar um médico e o desmaio ele é a perda da consciência junto com a perda do tônus postural, ou seja, o paciente ele desmaia, cai e não sabe o que aconteceu, porque nesse momento ele não está consciente e, para ser caracterizado como desmaio também, a recuperação tem que ser espontânea, a pessoa acorda sozinha. Ele pode ser um sintoma de arritmia porque no momento em que o coração acelera muito ou fica muito lento existe uma queda de pressão e, com isso, uma diminuição do fluxo sanguíneo para o cérebro e aí advém o desmaio. Ele pode ou não ser precedido por sintomas, mas o desmaio que é mais preocupante aquele que acontece de forma súbita, de forma abrupta, sem sintomas precedendo. Outros sintomas como tontura, palpitações mesmo, falta de ar, dor no peito, fraqueza podem preceder o desmaio e aí nós temos que investigar. Nos jovens a causa mais frequente de desmaio é a síndrome vasovagal que é uma síndrome benigna em que ocorre uma queda súbita da frequência cardíaca e/ou da pressão arterial levando à síncope e geralmente desencadeada em situações típicas, como ficar muito tempo em pé, dor ou ver sangue. Mas o desmaio pode ser também sinal de uma arritmia grave, mais comumente essa arritmia grave acontece em pacientes que têm problema cardíaco, como por exemplo um infarto prévio ou doença de chagas, mas pode acontecer em pacientes com o coração normal, são causas raras por exemplo: pacientes com doenças genéticas, mas o mais comum é que sejam pacientes com problemas cardíacos. Patrícia sua vez, o que é o que você recebe mais no seu consultório? Qual é o principal motivo de consulta?

O principal motivo sempre são as queixas né como vocês também já disseram tem sempre tem muita palpitação e os episódios de desmaio também são bem frequentes, mas outro motivo muito frequente pelo qual os pacientes procuram a gente no consultório, acredito que com vocês também, é para avaliação de alteração de exames que mostram algum tipo de arritmia ou pacientes que têm histórico na família de arritmias cardíacas. A gente sabe que tem algumas doenças que são genéticas com manifestação familiar que inclusive podem levar à morte súbita que se manifestam nas famílias, então quando a gente encontra um paciente com essa alteração a gente tem que ir atrás de todos os outros familiares, de preferência iniciando pelos de primeiro grau, e avaliando os pacientes, então esse é um grande motivo de procura no consultório né eu também gosto bastante dessa área então assim como você, Paula, tem essa habilidade com a parte de autonomias essa parte de genética é uma das que eu mais gosto de estudar então muitos pacientes me procuram por isso, muitos médicos acabam me encaminhando os pacientes para essa esse tipo de avaliação e, assim como os outros sintomas de arritmia, a gente pode estar diante de um quadro que não leva a preocupação do ponto de vista clínico e/ou as situações que mesmo sem nenhum sintoma podem significar um risco aumentado de morte súbita onde a gente tenha que tomar providências. Independente de se é ou não uma situação grave sempre que alguém aponta para um paciente que ele pode ter uma arritmia esse paciente, em geral, chega no nosso consultório bastante preocupado essa preocupação é muito legítima e a gente acaba aí com outros exames, diagnósticos, uma história clínica detalhada, como Eustáquio já falou, exame físico e eventualmente lançando mão de outros exames, eventualmente até exame genético, esclarecendo qual é a repercussão dessa alteração na vida desse paciente, se leva algum risco ou não. Então esse é um grande motivo aí para os pacientes procurarem a gente também e os próprios médicos encaminharem os pacientes para a nossa consultoria. Falando em consultoria eu acho que quem recebe muita consultoria aí é o Benhur que ele é o nosso eletrofisiologista invasivo aqui do grupo é Benhur, como é que funciona? Os pacientes vão muito de procurar por sintomas sem diagnóstico ainda ou seu consultório já é mais de pacientes com diagnóstico para procedimentos, como funciona?

Boa tarde! É muito variável eu recebo muita indicação de paciente já avaliado por vocês, por outros cardiologistas, são paciente que já vem bem estratificado bem definido que tem uma indicação de um procedimento invasivo, chamado ação cateter e esses pacientes a gente só explica o que que são os procedimentos, quais os benefícios, quais os riscos de fazer tal procedimento e quais as chances de melhora, de cura, de controle da arritmia. Existe também os pacientes que têm uma demanda espontânea de fibrilação atrial que nos procuram no consultório para uma melhor estratificação, uma melhor investigação e, se necessário, para buscar procedimentos invasivos. Eu acho que é uma grande importância é isso é o paciente ser bem avaliado pelo seu médico, então o arritmologista, tanto o arritmologista clínico como o arritmologista invasivo, ele consegue, digamos, esmiuçar a patologia, aquilo que os colegas já falaram, ele consegue estratificar melhor o risco desse paciente, decidir se esse paciente tem uma indicação de um tratamento específico, ou medicamentoso, ou invasivo. ou. às vezes, do marcapasso, de um desfibrilador, são os médicos digamos que tem a melhor instrução para indicar este tipo de procedimento, então a gente recebe esses pacientes quando, na maioria dos casos, quando já vem de arritmologista ou de cardiologistas, vem muito bem já orientados e quando a procura é espontânea a gente tem que fazer toda a investigação como é feita por vocês eu acho que isso é legal.

É interessante Benhur, quer dizer, como vocês puderam perceber né esse foi nosso primeiro bate-papo da equipe de arritmologistas da cardio DF né e nós como arritmologistas nós temos que ir desde em história clínica de entender a queixa do paciente que levou ele a nos procurar ou quando veio através de outro médico que nos encaminhou né qual é a preocupação do médico que levou a nos encaminhar que vai da história, do eletrocardiograma que na nossa área é fundamental, o eletrocardiograma dá o diagnóstico de muita coisa e dos exames né: holter, teste ergométrico, ecocardiograma, às vezes exames invasivos como estudo eletrofisiológico para podermos chegar ao diagnóstico e podermos elaborar tratamentos que vão desde uma simples orientação até o implante de dispositivos como marcapasso, desfibriladores ou ablações por cateter como Benhur né nossa grande referência. 

Bom, espero que tenham gostado do nosso vídeo, do nosso bate-papo. Se vocês gostaram curtam, comentem alguma coisa, compartilhe com quem acharem que pode ser útil e estamos preparados para fazer uma sequência de vídeos nesse assunto, grande abraço.